Antes de mais nada; venho esclarecer algumas coisas...
Todos os textos, contos ou como preferir... São de minha autoria. Os contos seguem uma linha que não é muito o meu forte. E este eu rosolvi escrever mais com a minha "cara". Devo agradecimentos a muitas pessoas. Que se eu for divulgar todos os nomes, irão preencher todo meu arquivo no blog... Mas segue abaixo alguns dos mais importantes:
Em primeiro lugar vem a ANNE, que tem me incentivado demais pra que eu não pare de escrever, Neto (grande Neto) que nos abandonou aqui no Brasil pra prosperar lá em Cuba! Juliano que é meu irmão... E a por enquanto é só.
Todos os contos são baseados em fatos reais, e este ultimo é um dos que escrevi com mais sentimento... Ele não segue a linha dos demais, pois queria escrever algo com a minha forma de pensar, mostrar que eu não sou um pervertido (RSRSRS) e que talvez ainda exista algo dentro da minha cabeça (RSRSRS) espero que todos gostem...
Sem mais.
Carlos William Barreto
A vida (minha) como ela é.
Amor, um belo amor... Quem nunca teve um? Sendo ele correspondido ou não... Eu já tive um amor, alguns para ser exato. Pois na minha visão do que é “amor”... Penso que não temos apenas um. Aqui relato o que me deu mais trabalho! E por conta disto me rendeu uma grande historia... Aliás, trabalho era o que menos me faltava. Apesar da pouca idade, já tinha meu próprio negocio, que me mantinha ocupado por grande parte do dia... Uma loja de roupas no centro da cidade, não era grande, mas não era simples. Tinha sua decoração extravagante. Que foi um presente dado por uma amiga do ramo, e por isso chamava atenção em meio as maiores. Era um ótimo lugar pra se conhecer pessoas, e foi lá que tudo começou... A loja servia como ponto de vendas e divulgação das festas da cidade, desde as “baladas” mais conhecidas, até as menores. Era um bom negocio! Eu divulgava o que fosse preciso, colocava convites à venda e assim também divulgava minha pequena loja...
Eu já conhecia todos os divulgadores, organizadores e “donos” destas tais festas. Era uma correria nos dias que antecediam as mesmas... Dinheiro, “flyer’s” espalhados por todos os cantos... E pessoas, muitas pessoas! Uma delas foi o motivo de muitas noites em claro. Tudo nela me encantava, desde o nome ao modo como ela caminhava. Tinha toda simpatia do mundo. Ela me tirava o sono, e isto ela sabia fazer muito bem. Sua beleza me trazia brilho nos olhos, as roupas me faziam babar, seu jeito de andar enfeitiçava e seu corpo despertava meu desejo... Lembro bem da primeira vez que a vi. A luz avermelhada e baixa do interior um tanto que apertado, ressaltou suas curvas, o abajur no canto do balcão fez o mesmo, mas com seu rosto... Os olhos refletiam o meu... Pálido e sem reação. Seu sorriso me prendia ali naquela situação horrível... Desejar o que não se pode ter! Todos os dias em que a via, eu chegava em casa e escrevia algo. Algo que me fizesse descarregar tudo aquilo, me libertar daquela tortura. Dos sonhos ela já fazia parte, sonhos das poucas horas dormidas, sob a luz da rua que teimava invadir meu quarto pelas frestas da janela. Mesmo sabendo que tê-la em meus braços era algo quase impossível... Segui com a minha empreitada de libertação em forma de escrita. Folhas e mais folhas acumuladas, junto aos guardanapos, recolhidos do restaurante na hora do almoço, que também serviam como pousada para minhas palavras de amor. Noites juntavam-se aos montes de pensamentos embaralhados e confusos. Houve uma noite de maior tortura. À noite em que decidi escrever algo válido, que talvez entregaria para ela. Tortura demais! O tempo passou e nada em minha mente parecia fazer sentido. Eu estava tão preso naquela idéia, e nem me dei conta que já se passavam horas que eu estava com os olhos pregados na tela do computador, visando somente uma foto e esperando a inspiração, que por sinal estava muito longe... Longe o bastante para me fazer deslizar os dedos pelo teclado e não escrever nada. Assim eu adentrava mais uma noite pensando no que ia dizer, no que ia fazer. Tomando a devida coragem para esboçar uma reação diante dela... Mas já estava demorando demais!
O dia batia a minha porta. E o papel ainda estava em branco! Não conseguia fazer nada além de pensar na bela moça... Eu repetia em minha mente a cena que me tirava o sono. Ela, com toda sua beleza, caminhando em minha direção... Martirizei-me com este filme que insistia em repetir. Eu a desejava, eu sonhava com beijos e abraços, troca de olhares... Tudo muito utópico. Ela vivia rodeada por homens de todos os tipos... O trabalho lhe proporcionava isto. E sabendo disto, eu pensava: Que chances eu poderia ter? Porque insisto neste desejo?
O preço do desejo é alto! Custa algumas noites em claro, alguns compromissos desmarcados e posso até dizer que me custa alguns trocados. Mas nada que me faça desistir... Eu travava uma batalha com o papel em branco e com a minha cabeça, nenhuma idéia de amor, nenhum singelo poema infantil.
As palavras embaralhavam-se em minha cabeça, formavam desenhos... E todos eles tinham seu rosto!
“Mais que droga! Soma-se mais uma noite e não a tiro da cabeça!”.
O pensamento não voava alto, ficava ali, estático entre as paredes de meu quarto...
As madrugadas eram regadas com muitas doses de café e conhaque, sem contar os cigarros. O vicio que precede o sofrimento, aflorava dentro de mim... E eu observava meu declínio. Não existia porta, nem caminho. Tudo era ela! A poesia depressiva não servia de conforto, consolo ou desabafo. Mas sim! Abafo o surto e me contento com lembranças...
Pequenas de fato. Que só serviam como uma corda de fio fraco, que eu me segurava com toda força, sem saber quando seria minha queda...
Afinal... Seria bom ou ruim?
O que eu poderia fazer?
Até então eu a tratava como todos que freqüentavam minha loja. Nenhuma demonstração de carinho, nada de interesse, somente trabalho. Talvez eu devesse tentar filosofia, ou qualquer outro assunto intelectual, talvez pessoal... Tanto faz! Uma conversa pessoal seria uma batalha ganha. Mas a guerra estava longe de terminar...
Insano... Eu já tratava do assunto como uma guerra! Traçava caminhos, criava táticas e estudava formas de me aproximar...
Céus! Onde fui chegar?
Comecei a me sentir mal com a situação. Sentir medo de si. E tentei me afastar... Em vão! Ela freqüentava os mesmo lugares, ou meu subconsciente me levava até ela. E tudo foi piorando com o tempo... As cartas já formavam um livro, e a imaginação ia além da roupa. Os sonhos eram todos distorcidos, pois o único sentido era estar perto dela... Não me importava se era em um lugar estranho, no fundo do mar ou nas minhas palavras.
A ultima coisa que escrevi, já não era algo que possa considerar-se normal.
Passei dias amargos, perdidos...
Dias sem razão alguma!
Como viveria?
Eu... Um homem solitário!
Sem tua divina presença em minha vida.
Mulher seja minha...
Melhor!
Sejamos um só.
Dois felizes corpos unidos, dançando, simplesmente vivendo.
Talvez seja destino...
Quem dera fosse esse o meu!
Viver ao lado da mais bela mulher, que meus olhos puderam ver.
Desejei teus lábios, suspirei ao teu abraço...
Criei asas!
Aprendi, cresci...
...Amei!
Como jamais amaria outro alguém...
E assim, eu terminaria mais um texto romântico que jamais entregara a ela.
Perdeu-se o tempo, perdeu-se o senso.
As loucuras de amor, que pareciam inofensivas, tornaram-se delírios!
Sonhos, quimeras, fantasias, ficções... Devaneios de uma alma doentia. Eu tinha que dar um fim nisto! Acabar com o meu sofrimento... Não era um jogo, mas era tudo ou nada! Não poderia suportar nem mais um minuto neste estado. Eu já não esperava nenhum resultado, somente queria me livrar da dor... Estava decidido a saber qual seria o fim disto. Um manicômio ou a glória? Não poderia saber se não fosse atrás da resposta. Mesmo sabendo o peso que carregaria depois, fiz de tudo para ficar mais próximo dela. Tornei-me um dos divulgadores da mesma festa que ela promovia. Desmarcava compromissos com a minha loja, somente para ir as reuniões da organização, conversava, falava e me mostrava interessado pelo seu trabalho... Em relação a ela, obtive bons resultados. Até uns olhares trocados para me fazer sorrir... Pra minha sorte, a distancia encurtou-se. Em pouco tempo já estávamos conversando como se fossemos grandes amigos. E com mais sorte ainda... Em uma das reuniões, tive o meu melhor presente! Um beijo! Meio sem graça, mas muito bom... Também pudera. Como sempre, ela envolta por homens, que pareciam nunca ter visto uma mulher na vida, não tinha como ser algo mais intenso. Mas mesmo assim, voltei para casa um tanto satisfeito, como uma criança, que acaba de ganhar um novo brinquedo. No mesmo dia marcamos a data para a próxima reunião... Seria na mesma semana, mas eu já estava mais tranqüilo. Havia ganhado a guerra! A ansiedade agora era algo bom. Não nego que ainda tive sonhos um tanto que pervertidos, mas nada exagerado. Eram todos por conta do desejo... Desejo este que não se satisfez no reencontro! Afastados pelo excesso de gente no local. Tive que me contentar com um beijo de despedida, e somente isto! Até então seguimos desta forma. Acho que temos muita historia ainda... Ao menos é o que eu espero! Agora que temos uma certa “intimidade”... Perguntarei a ela, mas com ar de brincadeira, se todos os nossos beijos serão a prazo, mas que por mim tanto faz... E espero que esta divida seja bem grande e que os juros sejam maiores ainda...
4 comentários:
Interessante seu texto...
Honrando o nome dos brasileiros, sua narrativa é instigante... Diverte e emociona...
Parabéns!
Adoro tudo que vc escreve Barreto!!rs
O mais belo conto... Me indentifico bastante ;)
Beijos Fernanda.
Olá Carlos!
Li alguns textos aqui e gostei muito! O do caso de internet é puro e excitante ao mesmo tempo. Você escreve bem pra caramba! Já estou te seguindo. Você escreve sobre assuntos picantes de forma lírica e o resultado é lindo. Poucos conseguem fazer isso sem cair na vugaridade. Inspire-se no Chico Buarque (maravilhoso!) e continue escrevendo... adorei
Bjos
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