segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Não sou desta época.

Ainda me vejo entregando flores, recitando poemas e dizendo que amo alguém... Mas o mundo não me vê desta forma!


“Saia já daqui!”.

Escutei isto ao abrir a porta do quarto e ver um homem velho deitado em minha cama... Mas o susto não deixou que eu tomasse qualquer atitude. Fiquei estático... O único esboço de movimento que existia era de minhas pernas tremendo. Com os olhos arregalados, observei vagarosamente cada traço de seu rosto. E foi como olhar um espelho do tempo. Era eu mesmo ali deitado. Velho, ranzinza, com barba e cabelos brancos... Apesar das rugas e a expressão de sofrido... Eu me vi perfeitamente! Após alguns segundos que mais pareciam horas, caminhei para trás e fechei a porta... Quando a mesma encostou no batente e o trinco foi fechado, abri os olhos... Acabara de acordar de um sonho estranho. Pasmo e quase em estado de choque; fui direto ao espelho verificar se estava tudo certo. Estes sonhos me atormentavam por noites seguidas. Talvez seja um reflexo do meu medo de alcançar a velhice. Não sei explicar, mas nunca me imaginei velho! Ser idoso era algo ilusório. Não suportava a idéia de tornar-me inválido... E não sei porque, eu tinha esta maldita idéia de que me tornaria invalido na velhice. Nos sonhos eu via sempre a imagem de um desses velhos chatos, que ninguém suporta. Que vive reclamando de dores e qualquer outra coisa. O engraçado é que não havia tatuagens. Talvez seja uma imagem do que eu queria ser. Sem tatuagens e velho! Sim! Velho. Não há no mundo quem me faça acreditar que chegarei a passar dos 30! Quando era mais jovem me imaginava em todas as idades. Mas o tempo foi passando e a forma de pensar foi mudando, fui vendo que o mundo e as pessoas também entraram na dança da mudança. E foram estas mesmas mudanças que me fizeram pensar que morreria cedo, ao menos eu queria isto. Eu vivia o sentimentalismo, a sinceridade. E no mundo de hoje é o que menos existe! Sei que ainda existe... Aos poucos, espalhados por alguns cantos... Bem dispersos. O que eu vejo hoje... É uma forma de viver inaceitável (ao menos para mim)... Não consigo entender, como alguém pode amar e ao mesmo tempo não amar. É tudo muito confuso, por interesse ou até mesmo sem propósito nenhum! Muita futilidade, muita hipocrisia... Pessoas vivendo de imagem, de falsidade, de sensacionalismo. A tragédia alheia vira fonte de dinheiro, a mentira vira verdade. E eu tenho que engolir todo esse falso moralismo... E a seco! Nem ao menos um trago de uísque para esquentar. Enfim... Não chegar a velhice, era um favor a mim mesmo, pois viver nessa “lavagem” que serve de comida para porcos, não era bem a minha vontade. E mais difícil ainda é ver que as pessoas questionam meu pensamento. O que há de errado em dar valor ao amor? O que há de errado em ser verdadeiro? O que há de errado em fazer o bem? Muitas coisas! Afinal o mundo é cheio de “falsos profetas”... Tudo isto é culpa desse tempo de futilidade, dessa idéia de viver sem valores... Existe muita gente que se aproveita de “qualidades”, de bondade, para se aproximar de seus objetivos... Não usam a sinceridade e fingem sentimentos... E quando alcançam o que desejam, fazem toda aquela imagem de “concreto” cair por terra, virar areia. Isto amedrontou as pessoas! Por mais que “todos” sejam fúteis, ou sem sentimentos, no fundo sempre aguardamos alguém que desperte a verdade outra vez, mas ficamos com tanto medo, ou nos entregamos tanto a esse modo ridículo de viver de mentiras, que não acreditamos quando alguém aparece querendo algo realmente sincero... E esta maldita duvida, acaba por afastar essas pessoas que realmente valem a pena, mas quando nos damos conta já é tarde... E por fim acabamos voltando ao “mundinho” de merda que vivemos... Mundo que seleciona por cor, estilo e tudo que você tem a oferecer. O que você é? Se tiver tatuagens e gostar de ficar só, pode ser meu amigo! Mas já te aviso... Não sou legal! Não sou descolado, nem curto coisas da moda... Sou cafona, apaixonado, envergonhado e apesar da aparência, sim! Sou antiquado! O que eu sou hoje... Quero ser sempre! E você? Vai querer ser o que amanhã? Por isso quero viver este momento eternamente... Por isso não me imagino velho. Pois o dia que me tornar um (se chegar a ser um)... Serei chato, ranzinza e invalido. Eu continuarei não suportando o mundo e o mundo não me suportará!

Solidão... Mais uma vez! (no ódio)

Depois de muito tempo sem postar... Volto a postar por impulso, por raiva (de mim mesmo)
Ninguém nunca lê, ninguém liga pra nada... Odeio ser sentimentalista numa época em que o sentimentalismo esta morto! Onde foi parar o romance? A bela vida de antigamente em que se dava valor aos sentimentos? Realmente fico triste em saber que se dá valor a fama de alguém e não a qualquer outra qualidade. NÃO SE ESFORCE PARA TER ALGUÉM DO LADO, APENAS TENTE SER FAMOSO! Depois de conseguir fama, ou qualquer outro status de merda, procure a garota mais bonita em meio a todas que te rodeiam e seja feliz ao lado dela! Mas não se esqueça! Continue sendo "gentil" (leia-se finja gostar de verdade mas corra atrás de outras) e famoso. Assim você terá qualquer uma que desejar... Assim é o amor hoje... Uma nota de cem reais no bolso, um carro, um bom aparelho celular (com tudo que tem direito hoje em dia, até T.V.), umas roupas descoladas, um estilo "fodão", toque numa banda, tenha um instrumento ou umas pick-ups de Dee Jay talvez... AAAAAH! Não se esqueça que é válido também (não em todo caso) um papelote de cocaína, ou uma maconha das boas, talvez possa te ajudar a conquistar sua gatinha...

Foda-se os comentários... To de saco cheio de HIPOCRISIA!
Entendam como quiser... Na internet todo mundo pode ser o que quiser mesmo!

Um texto desabafo e um texto "solitário"...

Hoje realmente entendo por que Gabriel Garcia Marquez é um grande escritor. Vive na solidão e ainda escreve muito bem sobre ela! A solidão instiga a nossa mente a criar histórias. Talvez seja uma forma de escapar do ócio, ou à vontade de que aquelas vontades tornem-se realidade... A maioria de meus escritores prediletos era solitário... Em alguns casos... Insanos (Franz Kafka), em outros... Filósofos agressivos e “descrentes” (Friederich Nietzsche), há também os criminosos pervertidos (Fiodor Dostoievski). Entre tantos outros... Romancistas questionadores (William Shakespeare, Machado de Assis), os que são mais de um (Fernando Pessoa e seus heterônimos), enfim... Todos eles são ótimos escritores, de diferentes épocas e diferentes lugares... Mas todos têm uma coisa em comum... A solidão! Talvez a solidão seja o segredo dos belos textos criados. Independentemente de que tipo de solidão seja... Involuntária ou por vontade própria. Os que se “isolaram” por vontade, deixaram de consumir o próprio tempo com sentimentos ou com qualquer outra coisa, transformaram seus anseios e sentimentos em histórias, colocaram em palavras o que seria o “romance” perfeito... Transformaram os pensamentos, que tanto almejavam tornar realidade, em “REAIS”! Real para sempre... Mas não os viveram...

Isto é o que eu imagino! Não que seja esta a realidade.

Talvez seja esta a forma que eu queria que fosse, e faço como eu mesmo cito na tese acima sobre solidão... Transformo aquilo que eu queria de verdade, na “verdade”. Verdade em forma de palavras, em forma de textos. Com a esperança que aquilo seja vivido... Nem que seja no pensamento do “outro”. No momento me sinto só. No momento ESTOU só! Nem um ombro amigo, nem um olhar de pena ou qualquer mão para apertar, nem um lenço oferecido para secar minhas lágrimas ou peito para me confortar... Somente solidão, uma mente avoada, um olhar vazio e cigarros queimados no cinzeiro...

A solidão me acompanha, amiga fiel que sempre me faz pensar... Que seja eterna a partir de agora...


Sintam-se "em casa" para criticar... Não vou ligar mesmo!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Janela.

Sem tempo para edições e sem vontade também... Ultimamente tenho tido preferencia em postar as coisas como elas surgem em minha mente...


“Maldito sol... Saia de meu quarto agora!”.

Todas as manhãs, eu escutava esta frase, que transpassava as paredes da casa vizinha e adentrava a minha... E como todos os outros dias, eu olhava por entre as frestas de minha janela e encontrava um mundo estranho. O mundo do “outro” sempre é estranho!

O costume de mergulhar neste mundo; foi adquirido alguns dias após minha mudança para a nova casa. Por hora... Já se passavam alguns anos com esta rotina. Apesar de não me sentir mal, meus dias eram compostos por melancolia e solidão, não que isto fosse um problema para mim. Imagens e lembranças, manias, muitas manias. Que por muitas vezes; tidas por mim mesmo como loucuras... E uma de minhas manias era bisbilhotar o mundo alheio... Isto era algo que me divertia. Não que eu fosse fazer uso do que via e sabia. Era só por diversão. Não tinha o costume de sair, passava mais tempo dentro de casa e não conhecia muitas pessoas. A única que eu conhecia bem era o vizinho que se negava a gostar do sol. Nunca entendi o porque disto. Este vizinho residia o apartamento de numero trinta e dois, que por sua vez, localizava-se exatamente à frente do meu. O edifício não era alto, muito menos luxuoso. Simples e convidativo. De aparência confortável, mas ainda sim... Precisando de umas reformas. Quando me mudei para este edifício, tive que me acostumar com a loucura alheia.

Havia algum tempo que minha irmã ajudava-me a encontrar um local, que como ela mesmo dizia, mais adequado para mim.

O escolhi por sua cor, aliás... Por todas as suas cores. Gosto de coisas que pareçam ter vida. Com fachadas vermelhas, ladrilhos amarelos e detalhes em azul. Suas escadarias em formato caracol, nas mesmas cores e janelas de madeira, foram às coisas que mais gostei. Os aposentos não são grandes, mas é o suficiente para mim. Em meu quarto eu pendurava um quadro pintado à mão, por minha irmã. Um girassol em meio ao nada. Eu o deixava perto da janela, para que pegasse os primeiros raios de sol. De fato não era uma planta, mas era bom pensar na vida que um girassol leva. Eles gostam de sol, nada mais justo que deixá-lo próximo a janela. Esta mesma que eu observava o velho gritar o dia todo. Desta mesma também dava para ver o jardim. Eu gosto do jardim, é bem florido e é um lugar calmo, apesar de passar pouco tempo nele. Fazia parte de meu dia ir ao jardim. Passava exatas duas horas por lá e depois retornava ao meu quarto, a minha janela. Era engraçado olhar as crianças brincarem entre as flores do jardim. Todas com roupas brancas; sujavam-se e corriam de suas mães, que se vestiam de modo um tanto que estranho. Todas as noites eu recebia visitas. Algumas pessoas legais, outras que recebia somente por educação, estas me bombardeavam com perguntas... E odeio perguntas! Pessoas que tentavam se aproximar de mim, mas nada adiantava. A verdade é que gosto mais da solidão. De observar o velho barbudo e caquético que divertia minhas manhãs... Outro dia ele tentou se jogar de seu apartamento. Isto não foi algo que me divertiu. Fiquei mesmo preocupado. Perguntava-me o porque ele era assim. Por muitas vezes o vi passear pelos corredores do prédio, cantando e dançando, feliz e sorridente. Sorriso vazio, sobrando espaço de dentes retirados. A velhice chegara e talvez ele tenha enlouquecido. Ele pregava peças nos moradores e brincava com um cachorro de rua, que ele conseguiu com muito custo, a permissão para deixá-lo nas dependências do edifício. Outra coisa que gostava de observar além da vida alheia, era o entardecer. Não sei se era um privilégio meu, ou era o ângulo de visão para todos... Mas a visão que eu tinha de minha janela era maravilhosa! As cores que tomavam aquela vastidão azul transformavam-se em uma mescla de roxo, vermelho e laranja. Simplesmente perfeito! A noite era iluminada pelas luzes da cidade, que por sua vez ditavam as cores também. Por falar em noite... Lembro-me das regras. Após as vinte e uma horas, não se ouvia um ruído, nem mesmo um ranger de porta. Somente o barulho da rua e das redondezas. Uma paz! Coisa que me agrada muito também.

Este tempo eu ocupava escrevendo. Os pensamentos “voavam” naquele silencio que atravessava a noite, servia como inspiração para minhas estórias. Não as divulgo a ninguém. Não busco reconhecimento, é por puro prazer de guardar os pensamentos em papéis. Quem sabe um dia estas venham a serem reconhecidas e divulgadas, mas não por mim. Meu cotidiano não se resumia apenas nestas coisas... Eu também viajava, não muito, mas ainda sim não era por completo solitário. Sempre que possível minha irmã; a mesma que me presenteou com o quadro, vinha me buscar para irmos a praia ou ao cinema. Tínhamos uma boa convivência. Ela me trata muito bem! E se preocupa muito comigo. Vejo isto em seus atos. Sempre perguntado se estou bem, ou se preciso de algo, atenciosa e meiga, faz com que eu me sinta muito bem ao seu lado. Sou apaixonado pelo sorriso dela. Branca como uma folha de papel, me dá vontade até de escrever nela. Gostaria que ela morasse comigo, mas todas as vezes que a convido para minha casa, ela inventa alguma desculpa. Isto não diminui o meu amor por ela. Pois sei que cada um leva uma vida diferente. Por fim sempre retorno ao meu quarto... E por muitas vezes me pego observando o quadro... Certas vezes tenho vontade de me mudar, mas não sei o que há com aquele edifício... Parece existir algum encanto, algo que me faça ser prisioneiro dele. De fato...Nem tudo é um mar de rosas. Por muitas vezes tive a impressão de que alguém invadia meu quarto... Muitas vezes sonhei com isso. No sonho alguém abria a porta, me amarrava e me forçava a tomar um remédio. Acordava assustado e via que nada havia acontecido. Isto não influenciava na minha vontade por ares novos. Eu pensava em me mudar pelo simples fato de conhecer lugares novos, pessoas e talvez até um novo “velho barbudo”, que por sua vez teria outros tipos de loucuras. Enfim... Foi como já citei... Este edifício me encanta. Sinto-me bem em residir nele... Suas cores, forma, pessoas que também residem nele e todo o resto me atraía... Até mesmo o nome, que acho um tanto engraçado... Todas as vezes que olho aquele letreiro, tenho vontade de gargalhar. Queria ter a criatividade de quem batizou este edifício de MANICÔMIO. Nome engraçado não?

Algo que me impressionou.

Não é de minha autoria, mas posto aqui por que isto realmente me calou. Fez com que eu parasse diante da tela do computador e simplesmente pensasse em mil coisas, mas nenhuma fez algum "ruído" em minha mente...

Por: Juliano Amaral
www.otristefimdepacman.blogspot.com

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Declaro o amor...

Sem modéstia! Pois o amor não é modesto... É exagerado! É fraco, falho, egoísta e redundante. O amor aprisiona, nos torna alvo fácil e é de difícil compreensão... Mas... Para que compreender? A perfeição está na incompreensão, está no ato de negar-se e entregar-se ao outro. O amor nos mostra como realmente somos, nos leva a tona, a lona... É contragolpe certeiro diferido por nos mesmos. É uma batalha travada dentro de si.

Não se diferencia o amor... Amor é simplesmente amor. E ponto final! É um tudo e um nada. O nada é o que nos tornamos perante a quem amamos, pois elevamos o outro acima de nos, amamos a ponto de entregarmo-nos por inteiro. Incondicional, intransferível e único. Não existe um igual ao outro, mas sem o outro não há amor. Exatidão e certeza... Certeza esta que eu tenho! Tornei-me exagerado, fraco, falho, egoísta e redundante. Sobre tudo, tornei-me exato e certo... Certo de que não há modéstia em meu amor... Certo de que amo...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Uma noite sem ter o que fazer. E alguns pensamentos avoados.

Deixo claro que são pensamentos pesoais, e idéias próprias... Não veio por meio deste texto gerar conflitos ou discussões sobre o que deve ou não ser feito.

Somos vida! E maior expressão de começo, meio e fim não há.

Ao existir somos o começo, com toda euforia pelo conhecimento, pelo descobrimento do novo... Adentramos o desconhecido, a procura de respostas e caminhos que nos levem aos meios. Fase de simplicidade, cautela e por certas vezes fracassos.Os mesmos que nos fortalecem e nos tornam dignos do acerto, mas... As perdas podem ao mesmo tempo fortalecer e enfraquecer algo. Esta... É a complexidade da existência. Saber distinguir e separar o correto do incorreto, o que é bom ou ruim para ser executado. Formas, trabalhos, escolhas e caminhos. O caminho traçado por um, não será o caminho que levará o outro a algum lugar. O saber... É algo de difícil entendimento, é o que nos distingue uns dos outros, nos tornam diferentes, mesmo havendo semelhanças. O que eu sei? O que me faz feliz, ou faz o próximo? Enfim a dúvida. Que nos faz entrar em colapso e assim enfrentarmos os meios. Enfim meios... Repletos de duvidas. Quem nunca duvidou de si? A frase de Shakespear, famosa pela maior duvida do ser, ou quem sabe do “não ser”... “Ser ou não ser, eis a questão!”. Esta... É a fase do crescimento em grupo. É onde encontramos nossos desejos em outros. É onde nos encontramos com o “espelho” da vida, duvidamos de nos mesmos e de nossa capacidade de crescimento. Crescimento este, com rebeldia. Diga-me alguém que nunca disse: “Eu sou adulto! Sei bem o que quero!” Mas o que é ser adulto? Adulto nada mais é, que uma “classificação” para uma fase. Fase esta que chega em diferentes horas para cada um, por isso digo que ser adulto é algo que lhe impõe. Envelhecemos mesmo que não nos tornemos adultos. E isto é certeza! Certeza esta que nos coloca no fim. Enfim... O fim! A certeza de que teremos idade o suficiente, para dizermos que somos mais vividos que outros. Certeza esta, que nos faz pensar no passado... E debochar de nos mesmos quando tínhamos tantas duvidas sobre os meios. E sobre o inicio? Que jamais imaginaríamos o fim. Fim certo como a morte, temida, mas aceita. Trágica ou, de fato normal... Por fim aceita. E esta... É a única certeza que temos desde o inicio. O resto é somente um ciclo. Criado para que tenhamos uma vida com um “certo” caminho... Para que tenhamos duvidas. Para que... Um dia, talvez, pensemos em seguir o caminho alheio. Esta é a realidade imposta, para que não tenhamos mais e mais vontades, a manipulação da vida por meios psíquicos e sub conscientes. Não digo que isto seja de má fé ou por propósitos, este é o problema... Apesar de sermos diferentes uns dos outros, não nos aceitamos. Digo isto de forma a se pensar que... Apesar de sermos únicos, passamos a odiar a diferença, pois ela se destaca no próximo. Fazendo assim, com que a atenção possa ser desvirtuada de nos. Mas nos sentimos bem quando esta atenção nos acolhe por sermos diferentes, ser diferente é mágico, trágico e nos carrega para o fim. Pois se aceitarmos... Cuidaremos somente de nossos caminhos. E seguiremos em paz, sem deixar nos levar pelo egoísmo ou egocentrismo de sermos diferentes. Quando há paz, não há o porque existir aqui. A existência neste mundo não é pacifica, muito menos inútil, ela serve de aprendizado... Quando esta aula acaba. E não temos mais o que aprender... Esta se torna chata, monótona e sem propósitos. Enfim o fim! De fato certo! E unico desde o inicio, apesar de duvidarmos sempre...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Este não é um de meus preferidos e passará por uma grande edição, mas de fato gosto do enredo...
por isto posto o original e depois veremos no que se transformará...
vai assim mesmo, bruto e sem edições.

VIVABEM

Desejos.

“Uma mulher nunca demonstra seus desejos, a não ser entre quatro paredes ou quando realmente quer que algo aconteça. Uma mulher sabe o que quer e como conseguir o que deseja! E eu não era diferente disto...”.

Liberta, enfim liberta! Solteira e com o peso do divorcio nas costas... Exagero. Pois nem pesava tanto assim. Na verdade era um alivio... Lembro-me de parar estática na frente do calendário, sorrindo e pensando: Puta que pariu... Nem parece que já faz dois anos. O tempo passou tão rápido, nada como uma vida independente, fazia tudo que queria e ainda faltava tempo, não era como nos tempos de casada. Também pudera, aquele traste não me deixava em paz! Depois do primeiro ano de casamento ele virou um capeta... Os dias pareciam enormes. E o filho da puta ainda roncava demais!

Isto era o que eu falava sozinha, caminhando pela cozinha de chão xadrez, com uma parede verde limão e com os moveis da mesma cor... “Ah como eu gosto de deixar a casa do meu jeito! Hoje poso dizer: Minha casa, meus moveis e minha decoração! Hoje vejo o quanto fui boba em querer casar cedo”.

Casei-me aos vinte anos com um príncipe. Meu conto de fadas não durou mais que um ano, depois disso meu príncipe virou um sapo! E passei longos quatro anos, tentando transformá-lo de volta no meu homem dos sonhos... Em vão! Então cansei e me divorciei... Perdi o encanto pela vida de dona de casa. Perdi o encanto pelos romances. Não me envolvia com mais nenhum homem... Eles são muito mentirosos. Eu tinha medo de me envolver e passar por todo pesadelo de novo. Não, não e não! O problema era que... Por mais que eu pensasse desse modo, feminista, eu ainda tinha “recaídas”, mas me esforçava para não me envolver com ninguém e blá, blá, blá... Eu tinha desejos como todo ser humano. E não os satisfazia há tempos. Não que eu fosse uma pervertida, mas dois anos são dois anos, não? Eu já estava beirando um colapso, entrando em conflito. Para que me arrumava e freqüentava academia? Um conflito de idéias e uma crise existencial me atormentavam, assim eu pensava... “Deus... A quem eu quero enganar?”.

Tudo bem... Eu já estava sentindo falta de alguém. Para ser mais exata... Alguém em cima de mim na cama. De fato eu ainda era viva! E não poderia negar os meus desejos...

Eu queria um homem sensível... Que gostasse de boa musica e soubesse se portar como um verdadeiro cavalheiro. Se este tipo de homem existe? Bom... Eu não sabia até o momento. Mas estava pensando que poderia ser uma boa hora para conhecer. Eu já acompanhava os passos de um homem sensacional a dias! Ele freqüentava a mesma academia que eu insistia em ir. Muitas vezes somente para colocar a fofoca em dia, essas coisas que só mulher entende... Ele, o típico homem másculo, com pelos no peito e músculos saltando a pele... Mas nada exagerado. Alto e com belas pernas! Arrancava olhares de varias mulheres da academia... E eu era uma delas.

Nos cumprimentávamos apenas por singelos sorrisos ou gestos; algumas vezes, um “oi” direto, sem muita intimidade... Só para quebrar o gelo sabe? Mas eu não queria só isso. Queria muito mais! Queria saber sobre sua vida, como ele era fora daquele mundo de roupas informais, esportivas... Queria saber o que se passava em sua mente. E se valeria à pena conhecê-lo.

A mulher que havia dentro de mim, trancafiada... Debatia-se para sair e tomar aquele homem para si.

Fato! Mulher alguma deve tomar atitude perante a um homem. É uma lei! Mulheres esperam os homens chegarem com suas falas bonitas e afetuosas, se fazem de acanhadas e somente depois, entre quatro paredes se soltam... Mas em tempos modernos... A “luta” é de igual para igual! Conheço homens que sonham em casar. E mulheres que fogem deste “laço”. Ouso até dizer que algumas são caçadoras!

Digo por mim, pois preparei a minha caçada! Procurei saber sobre a vida dele... E o pior eu encontrei.

Casado, bem sucedido e sem nenhuma intenção de conhecer outra mulher. Quando digo que os homens estão diferentes, ninguém acredita! Fiquei presa a esta situação chata. Eu o perseguia. Nas noites, ele perturbou meu sono. Nos dias... Os meus olhos. Por raiva; decidi continuar, seguir e descobrir se conseguiria tê-lo. Pelo simples fato de vencer. Aos poucos fui mudando minha rotina, descobri o caminho do trabalho dele. E na academia, procurava sempre ficar por perto. Quando menos percebi... Já estávamos nos falando. Pouco, mas o suficiente para descobrir seus pontos fracos. Trabalhava muito e sua mulher também. Viam-se pouco. E a carência com certeza ia apertando o peito. Com isso, fui moldando minhas roupas, apenas para provocá-lo, mas nada de arrancar um olhar com ar maldoso, com desejo... A situação foi me irritando, pois odeio perder! Todo aquele pensamento de liberdade se foi. Agora atuava a minha parte má.

“Atacarei com todas as minhas armas! Sou nova e como dizem alguns “cachaceiros” de plantão em botecos de esquina... Sou gostosa! Impossível não despertar nada nele. Percebi que ele era curioso. E com a certeza de que se me fizesse de difícil ele viria atrás...

Fiquei alguns dias afastada, e foi perfeito.. Não demorou muito para perguntas do tipo... “O que aconteceu?” “Te fiz algo?”. Agradarem meus ouvidos.

Minha resposta fulminante foi instantânea: “Não... Mas poderia fazer!”.

Nunca tinha visto um homem tão assustado e nem havia tomado tal atitude em minha vida. Admito que, por alguns instantes pensei no que estava fazendo, e vi o quanto estava sendo “baixa” minha ação, mas não hesitei em continuar, queria ver até onde eu poderia ser mais forte que ele, tinha se tornado algo por honra. Como pode? Homens não resistem tanto assim!

Para ser mais direta tinha que falar mais coisas que o deixasse abaixo de mim...

“Você não me olha, não me deseja e eu estou aqui... Esperando uma atitude sua!”.

Claro que foi algo em total desespero, mas aquilo tinha que ser feito. Todos temos atos de ímpeto na vida, este foi o meu. Desejei e fui atrás do que queria, por mais fútil que pareça, ninguém gosta de desprezo. Por sorte não fui totalmente desprezada. E digo que senti um tanto de pena quando o ouvi dizer...

“Não sei onde quer chegar com isto, mas não posso deixar que continue... Sou casado, bem resolvido e me sinto bem assim. Se possível podemos ser amigos, freqüentamos a mesma academia e minha mulher já sabe de sua existência... Todos aqui me conhecem e eu não gostaria que minha esposa ficasse sabendo de tal atitude sua”.

Um discurso e tanto! Explicando que sua intenção era me apresentar a sua mulher... Achava que seria uma boa idéia. Disse que ela se sentia só. E que nos daríamos bem.

Apesar de achar tudo muito estranho... Procurei resolver o “mal entendido” e me desculpar pela atitude um tanto quanto infantil. Claro que, com segundas intenções...

Resolvemos que, o primeiro dia em que estivéssemos livres, sairíamos juntos para que eu pudesse conhecer sua esposa e alguns amigos dele.

Pobre homem, ingênuo, mal sabia o que eu tramava...

A dificuldade foi o que mais me despertou desejos. O “difícil” sempre tem um gosto a mais. E eu queria provar deste sabor.

Não demora a chegar um feriado, estaríamos livres e eu colocaria meu plano em prática...

Antes de nos conhecermos pessoalmente, ele fez com que nos falássemos ao telefone.

Surreal? Impossível? Não! Amedronte um homem para ver do que ele é capaz. Com toda certeza ele pensava que o deixaria em paz se conhecesse sua esposa... O feriado seria o de 12 de outubro. Dia das crianças. E minha crença era que eu teria meu presente, meu brinquedo.

O dia chegara e minha ansiedade para ver sua esposa aumentava. Meu ego queria alimento, eu queria ver e comprovar que sou melhor! Nem por foto eu havia a conhecido... Queria saber o que ela tinha, que fazia os olhos daquele homem brilhar.

Ao lado do telefone, eu esperava sentada em meu sofá preto de couro sintético, às seis horas da tarde, apenas sob iluminação de abajures, acomodados em minha mesa de centro, que a frente seguia a estante baixa e nas mesmas cores. Tapete, e pisos em cores contrárias, contrastando com a minha televisão de cor branca e brilhosa, ligada em um canal de noticias, de fato sem sentido, sem volume algum. O telefone toca e me assusta. Estava em qualquer lugar, menos naquela sala, talvez em algum quarto de motel, ou porque não em meu quarto?

Eles queriam me buscar. Eles insistiram na idéia, pois queriam que eu conhecesse um amigo que talvez faria companhia. E que a minha presença o animaria. Neguei o quanto pude. Disse que seria melhor nos encontrarmos diretamente no local. Pois ainda não estava pronta. Mentira claro!

Iríamos a uma churrascaria perto de minha casa, seria fácil chegar sozinha, tínhamos mesa reservada para quatro, mas eu queria apenas três, que logo eu faria se tornarem duas pessoas apenas. Quando cheguei... Eles já haviam se acomodado, os avistei de longe. Logo vi que não havia “amigo” algum, com isso meu caminho estava livre! Caminhei sorrindo, até me aproximar e entender os “porquês” daquele homem não desejar mais nenhuma mulher... Ao me aproximar puder entender perfeitamente. Belíssima! Elegante, de olhos lindos e muito bem vestida. Naquele instante, a inveja me dominava... Posso dizer que me senti atraída por ela. Também pudera... Linda e bem acompanhada. O que mais poderia querer? Sentei-me... E com um cinismo sem pudor, cumprimentei os dois com respeito para não levantar suspeitas e perguntei...

“Onde está seu amigo?”.

“Ele não pode vir?”.

A resposta veio da esposa... “Ele não pode vir... Mesmo porque não havia dado certeza, mas seria ótimo estarmos juntos... Outro dia o apresentarei. Acho que irá gostar dele...”.

A conversa desenrolou sobre o “maldito” amigo. Ela dizia que ele era um belo partido e que formaríamos um belo par, todas essas coisas formais, as quais nem faziam diferença para mim. Não posso mentir que estava me divertindo. E de fato estava me sentindo a vontade com a presença dela. A pior coisa foi perceber que meu foco mudara... Talvez minha crise de carência tenha algo a ver... Seus brincos eram lindos, sua roupa combinando com tudo, maquiagem perfeita! Confesso que me assustei com isso, mas que mal teria?

Poderíamos muito bem nos tornar amigas! Assim eu desistiria da idéia maluca de roubar-lhe o homem. Seguíamos felizes e descontraídas. Sorrisos, brindes e às vezes risos empolgados, enquanto isto, o único homem a mesa, embriagava-se com seus drinques. O tempo passou rápido e logo teríamos que ir embora. Ofereceram-me uma carona para casa e antes que pudesse recusar... O embriagado homem, já estava literalmente “jogado” no banco traseiro do carro e minha mais nova amiga me pegara pelo braço dizendo... “Vamos! Agora a noite é nossa...” Não nego que também estava um tanto tonta. E talvez isto me ajudou a seguir em frente. O cansaço, misturado ao álcool, não me deixaram perceber que estávamos a caminho da casa errada. E logo estaria sentada na sala deles com um copo de cerveja em uma das mãos e um cigarro torto na outra... Até ai minha historia e idéias haviam mudado. Eu não me conhecia mais e já estava a sós com a minha inimiga, ou atual amiga. Bêbadas e fora de si, tivemos uma conversa breve sobre experiências passadas... Ela me confessava que tinha curiosidade em saber como seria “ficar” com outra mulher, e que esta seria a experiência mais louca de sua vida. Queria saber o porque os homens tinham tanto desejo por bundas e peitos. Com uma grande pausa e um riso “torto” ela se levantou e veio em minha direção. Sem esboçar reação alguma deixei que a curiosidade me tomasse também... Ainda me lembro como se fosse ontem. Nos duas saindo daquele elevador, caminhando até o carro e largando aquele pobre coitado no chão frio. Nem minha casa nem casa dela... Fugimos para outro estado e compramos nossa casa... É estranho lembrar disto. E às vezes ainda me pergunto, se ele ainda ronca deitado ao relento. Pobre coitado!