quinta-feira, 27 de maio de 2010

Largou tudo e saiu voando junto aos sonhos... O conto de Ícaro.

O que se fazia em dor... Era a amizade. Ícaro era apaixonado por quase tudo. Incondicional, era o amor pela dificuldade, as coisas dificeis chamavam mais a sua atenção. Não temia a queda, pois nunca havia experimentado o amargo de uma. Ele sonhava alto... Sempre que precisava, abria suas asas e alcançava o céu.  Abismos não eram um problema para ele... Se existisse um em seu caminho... Suas asas o poupavam o esforço do retorno. Sempre contornando de sua forma sutil, encontrava soluções para tudo, exceto para pessoas. Tinha um sentimento parecido com ódio. Na verdade... Era dificil explicar o que Ícaro sentia. Uma mescla de sentimentos mal entendidos até por ele mesmo. Não era o medo da loucura que o forçava a largar a bandeira da imaginação, tentavam errôniamente lhe imporem que largasse. Mas por falta deste medo... Era como um insano sem pés. Sempre voando e voando... Cada vez mais alto. Mesmo sem sentir os pés, estava sempre buscando o solo... Como se fosse o céu. Invertia os papeis do que é céu e terra...  Ícaro não entendia o porque de tanta importância as coisas táteis. Entendia tudo aquilo que tocava como descartáveis... Até mesmo seu próprio corpo. Sua paixão vinha do inexpremivel, do som de uma musica, ou simplesmente, do vento batendo em seu rosto. O silêncio era um grande aliado para a calma. A cada dia que passava, observava os seus iguais ateando fogo em suas próprias asas, e perguntava-se o porque... Pensava: “Porque privam-se da maravilha de ser livre”. Para Ícaro, valorizar o que os olhos enxergam, mais do que o coração sente, era algo realmente irracional! O maior problema era sua curiosidade, as suas tentativas de entender os “porques”... Por vezes, lançava-se ao ar como um corpo sem vida, chegando a quase colidir com o chão, mas com sua graciosidade, planava próximo aos que negaram-se as asas. Os observava de perto, analisando cada atitude. Esta forma de aventurar-se, lhe causou alguns sustos. Mas Ícaro era safo. Como sempre, contornava os erros. Quase todos que conheciam Ícaro, o alertavam, sempre dizendo que queriam seu bem. Contavam-lhe historias sobre quedas catastróficas, sobre homens que pensavam como Ícaro... Contavam-lhe sobre suas quedas. Por voarem alto demais, quando cairam, chegaram a destruir cidades, até mesmo nações inteiras! Ao escutar estas historias, Ícaro apenas sorria, não falava uma palavra sequer, mas pensava: “Como um ser tão pequenino, pode destruir algo com sua queda?” Mal sabia, que a qualquer momento, descobriria como seria uma queda. Dia a dia, seus vôos alcançaram alturas imensuraveis. E sua atenção, cada vez mais presa a qualquer coisa, menos em sua rota... Até que, uma estrela cadente encontrava-se em sua rota. Sem que pudesse desviar, Ícaro foi atingido em cheio. Desacordado, sua queda era certa. Agora Ícaro provaria o amargo da terra... Passaria alguns dias desacordado, assim como foi para todos que cairam. Após este tempo, Ícaro acorda e sente o peso de sua queda... Olhou a sua volta e, pela primeira vez enxergou a realidade com os pés tocando o solo. Sentiu o cheiro de sangue e se desesperou, viu o tamanho do estrago que causou... Mas, mesmo atordoado, Ícaro parecia encantado com o que via e tocava. Alguns dizem que ele pegou um punhado de terra e levou a boca, outros, dizem que ele não esboçou movimento algum... Bobagens! Pois eu presenciei a queda de Ícaro. Lembro-me exatamente como foi. Quando me dei conta, estava com as mãos sujas de sangue, observando uma fogueira feita de penas. Cheirava a carne queimada... Cheiro que penetrava minhas narinas, fazendo com que eu entrasse em minha consciência novamente. Chocado com que vi... Caminhei adiante sem olhar pra trás... Esta foi a ultima vez que escutei falar sobre Ícaro.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Trecho da musica: Vertigem - Colligere + Pequeno trecho do poema: Eu nunca guardei rebanhos - Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)

Nesses dias em que tudo parece estar impregnado do seu contrário. Eu me estilhaço em cacos... E o corpo se refaz a cada instante. Nesses dias em que tudo parece estar impregnado do seu contrário. Pensar incomoda como andar a chuva quando o vento cresce e parece que chove mais.


Perfeito!

Festejando um sorriso, uma surpresa...

Quando um simples riso é compartilhado com sinceridade, torna-se mais importante que mil palavras. Não destas, ditas a esmo. Digo as que sempre se desesperam por tentar mostrar algo, mas os olhos acabam dando um sentido melhor à elas. E as mudanças? Ah... Estas mudanças. Por vezes demoradas, que trazem tanto furor... Ou até mesmo as repentinas, que batem à porta da madrugada... Como quem diz: “Ei! Aqui! Eu tenho algo para você!” A vida é engraçada, não? Aliás... Nós a tornamos engraçada, triste, feliz. Tudo por conta desta ânsia pelo novo, pela melhora... Pela mudança! Ânsia esta que nos cega. Fazendo com que deixemos passar o bom da vida. As surpresas, os sorrisos, as festas... Tudo pela incessante procura pelas mesmas coisas. Por estarmos preocupados demais, com as surpresas, sorrisos e festas que perdemos. Assim segue-se... Procurando, procurando e procurando! Pude constatar que estas coisas não são para se procurar! Elas simplesmente te encontram. Surgem quando menos esperamos. Como aconteceu para mim. Em mais uma madrugada, que eu julgava ser perdida... Fui surpreendido. Um sorriso me encontrou! E então a minha  festa se fez...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A excessão

Até poucos dias atrás... Eu acreditava piamente, que não existiam mais diferenças. Acreditava que, talvez, eu fosse o único preocupado com o "amor" e sinceridade.
Me batia um desespero ao pensar nisto... Era como uma busca inutil por algo ilusorio, utópico!
Mas a vida está sempre a nos presentear, mostrando a nós, em nossos piores momentos que para toda regra, existe uma excessão.
Eu estava cheio de ver estas mesmas pessoas, que mais parecem pré fabricadas... Cheias de sí, mas sem conteúdo algum...
Então você surge... Diferente. Mas com tantas coisas aparentemente iguais. Como um encanto... Como uma excessão.
E você é esta excessão.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Re-Protestando

As horas passaram e o papel ainda estava em branco! Não conseguia pensar em nada. Na verdade, era um emaranhado de pensamentos. Talvez o ócio fizera-me pensar demais... E digamos que não era um sonho tornar-me um pensador, prefiria deixar isto para Nietzschie, ou Voltaire. Tudo que eu queria era um bom romance, mas o que vinha em minha mente; eram apenas vivencias infantis. As quais, na época, as nomeva como tal. Estupidas demais para se tornarem notaveis, intensas demais para expor em palavras. Confuso, não?

Podendo ter este rótulo, prefiro explicar... Um de meus pensamentos tornou-se evidente demais e, resolvi escrever sobre. Ultimamente tenho notado que há uma disputa absurda por atenção... Enquanto outros, como eu, só querem sossego e não o alcaçam. Por culpa, talvez,desta insana disputa. todo ser humano tem a mediucre mania de expor seus atos como grandiosos, mas o que é grandioso perto do ato alheio? E assim repete-se a discução, sem atingirmos sequer um começo de entendimento. Pois a discução pode até encerrar-se, mas arrisco dizer que, somente... E tão somente, pelo simples fato de alguma das partes entediar-se com a discução, ou simplesmente, entender que; o passo alheio, sempre será grandioso perante a quem o deu. O melhor, é continuar a caminhar. Concluindo... O que é grande para mim, pode não ser para outros. Acredito que isto sirva para todo ser “pensante” que perambula por este planeta. Mas, ainda existem os que querem, e teimam em tentar esta empreeitada sem sentido.

Com isto, adiquiri a mania de observar mais, falar menos. Agir mais, anunciar menos... E notei uma coisa interessante. Aos olhos alheios, eu continuava a anunciar meus atos. Mais interessante ainda, foi perceber que, as pessoas que pensam desta maneira, e que por uma graça maior, deram-me a oportunidade de ter conhecimento sobre o que achavam de minha pessoa; acreditavam firmemente que eu continuava a, digamos, gabar-me de meus feitos, ou continuava a expor a minha vida assim, soprando aos ventos. Ora! Como se estas mesmas, convivessem comigo as vinte e quatro horas do dia, ou melhor... Como se soubessem o que penso e faço, por todo tempo. Que bobagem! E eu acreditando que leitura de mentes só existissem em filmes. Não posso ter a ousadia de pedir que parem de pensar assim. Afinal, a vida alheia é sempre mais interessante. Estes acontecimentos rondavam minha vida a muito. E não conseguia achar explicação plausivel para tais atitudes.

Uma pessoa que prefere prestar atenção aos acontecimentos no caminho de outra, só pode ter uma vida monotona e sem graça. E pior... Ainda existem os que se incomodam, mesmo que o acontecimento não vá interferir em nada em sua vida, o individuo insiste em intrometer-se no que não lhe diz respeito. Pobres! Cometem coito a sí mesmos. Para que entendam melhor, vou utilizar-me de um palavriado chulo, talvez seja preciso para que alguns entendam. Gentinha com merda na cabeça, parece que gostam de andar pra trás e foder o próprio cu! E ainda teêm a pachorra de dizer que não cagam a própria vida! Eu peço, mesmo que não vá ser atendido. Parem de se incomodar com o que faço, não ligo para o que você é, não muda nada pra mim. E acreditem... Não tenho a menor intenção de atrasar a caminhada de outros. Não faz sentido!

Antes que me atirem pedras, tranquilizem-se... Contradizendo-me por um instante, anuncio um ato. Este, TALVEZ, seja o ultimo texto sobre o assunto, pois tive tempo e lucidez, para pensar e retirar-me de um “mundo” sujo e futil. Fiquem em paz, vivam suas vidas e as de outros, divirtam-se! Acredito que devo encerrar por aqui. Se não entenderem a mensagem desta vez... Devo julga-los como ignorantes. Cegos, surdos... Mudos não! Pois se o fossem, eu não estaria escrevendo este texto... Em pensar que eu queria escrever um pequeno romance apenas...

A insustentável leveza do ser

É a terceira vez que leio a obra: A insustentável leveza do ser.

E perco de vista as vezes em que repito este trecho: "Se o eterno retorno é o fardo mais pesado, então, sobre tal pano de fundo, as nossas vidas podem recortar‑se em toda a sua esplêndida leveza.

Mas, na verdade, será o peso atroz e a leveza bela?

O fardo mais pesado esmaga‑nos, verga‑nos, comprime‑nos contra o solo. Mas, na poesia amorosa de todos os séculos, a mulher sempre desejou receber o fardo do corpo masculino. Portanto, o fardo mais pesado é também, ao mesmo tempo, a imagem do momento mais intenso de realização de uma vida. Quanto mais pesado

for o fardo, mais próxima da terra se encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é.

Em contrapartida, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, fá‑lo voar, afastar‑se da terra, do ser terrestre, torna‑o semi‑real e os seus movimentos tão livres quanto insignificantes.

Que escolher, então? O peso ou a leveza?"

Simplesmente fantástico!

domingo, 2 de maio de 2010

Até que enfim... (um texto mais que pessoal)

Depois de muito tempo analisando minha própria vida... Cheguei a conclusão, de que não posso fugir do que sou, em essência... Nu em pêlo. Devido a minha personalidade inconstante... Até, digamos... Ontem. Eu não sabia ao certo o que eram realmente os meus desejos, qual era o meu amor e, se talvez não seriam diversos amores. Foi uma fase dificil. Vinte três anos desta fase, para concluir o que eu nem comecei. Eu pretendia ser quase tudo que se possa imaginar! Eu fiquei perplexo com o amontoado de mudanças e emoções que vivenciei. Era como se, até agora, eu não fosse nada, mas ao mesmo tempo tudo. Bom... Posso dizer que ousei experimentar de tudo um pouco. Fui de cozinheiro à musico, de dependente químico à escritor. Quanta diversidade! Cometi erros como qualquer ser humano. Alguns, julgo agressivos demais... Outros, poderiam durar um tanto mais. E todos levaram-me ao que sou hoje. Não é algo dificil, percebermos que, somos feitos de nossos atos. Erros e acertos. Simples experimentos da vida, que nos levam a algum lugar. E é estranho enxergar com esforço o que está sempre abaixo de nosso nariz... Eu só enxergo minha boca refletida ao espelho, mas o espelho distorce minhas palavras, sendo que... São elas que eu deveria seguir. Foi preciso falar, e enxergar com o coração, mas com a paciencia da razão... Analisar cada passo dado, cada escolha e cada palavra que indicava uma ação minha. Para depois concluir a obra. E chegar ao que realmente quero. Lembrei de quando a dúvida atormentava a minha cabeça, e de outros também. Assim descobri que tenho de calar a boca e falar com o corpo. Anunciar um ato, é dar a chance para que alguém de coração ruim, o atrase. Assumo que ainda não me acostumei a isto, por vezes a empolgação é grande, e acabo por dar a noticia aos ventos... Hoje, faço isto com mais cautela. Fui aprendendo com a vida e com pessoas maravilhosas (quem me dera escutá-las antes), que temos de percorrer os nossos próprios caminhos, os que estão a nossa volta são alicerces, exemplos do que devemos ou não fazer... O mesmo acontece com o nosso caminho... Serviremos de lição para outros. E assim comecei a estabelecer o meu centro, o meu rumo. Decidi tomar um tempo a sós para pensar, me colocar nos eixos, acabar com esta inconstancia e, seguir... Focado, em um só caminho. Deixar de lado aquela pessoa confusa e atarefada, que mal sabia o que queria. Cheia de sonhos, que não sabia por onde começar. Hoje, posso dizer que tenho certeza do caminho que quero seguir, não importa o que outros vão pensar sobre isto... Importa o que eu penso! Tive tempo suficiente para decidir o que é bom para mim... E é seguir meu coração. Ser o que sei ser... Sem negar o amor que neguei por diversas vezes, sem ter vergonha de ser romântico; sem contar romances! Mesmo que eles somem menos que os dedos de uma mão... Sem negar que me arrependo de certas coisas, sem negar que sou humano! Como qualquer outro, que corre atrás do seu ser verdadeiro. Vou cozinhar por amor ao trabalho, tatuar por amor a este tipo de arte, e crescer por amar alguém. Mesmo que tenha sido um tanto tárdio... Vou consertar o que badernei. E eu só preciso provar isto a mim mesmo. E fazendo parte deste conserto... Preciso provar a uma pessoa, que a amo! Pois infelizmente... Eu mesmo a levei a duvida. Tudo bem, eu não tenho pressa... E já conheço as consequencias. Basta a paciencia, e talvez, força para suportar o ultimo ponto... Pois a duvida, ou certeza não está ao todo em meu alcance, mas farei o que for preciso, de forma positiva agora, até obter a resposta... Enfim, ATÉ QUE ENFIM... A sós!