segunda-feira, 3 de maio de 2010

A insustentável leveza do ser

É a terceira vez que leio a obra: A insustentável leveza do ser.

E perco de vista as vezes em que repito este trecho: "Se o eterno retorno é o fardo mais pesado, então, sobre tal pano de fundo, as nossas vidas podem recortar‑se em toda a sua esplêndida leveza.

Mas, na verdade, será o peso atroz e a leveza bela?

O fardo mais pesado esmaga‑nos, verga‑nos, comprime‑nos contra o solo. Mas, na poesia amorosa de todos os séculos, a mulher sempre desejou receber o fardo do corpo masculino. Portanto, o fardo mais pesado é também, ao mesmo tempo, a imagem do momento mais intenso de realização de uma vida. Quanto mais pesado

for o fardo, mais próxima da terra se encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é.

Em contrapartida, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, fá‑lo voar, afastar‑se da terra, do ser terrestre, torna‑o semi‑real e os seus movimentos tão livres quanto insignificantes.

Que escolher, então? O peso ou a leveza?"

Simplesmente fantástico!

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